O XXXI Colóquio do CBHA teve como tema [Com/con] Tradições na História da Arte e como objetivo central discutir como as reflexões em torno do conceito de tradição se fazem presentes no campo da história da arte atual, bem como as contradições que geram, almejando-se com isso avaliar as heranças e transformações sofridas pela disciplina que, longe de ser estanque e serena, lida com os desafios que a pós-modernidade e a arte contemporânea provocam na sua constituição. Os eixos conceituais que nortearam a organização deste Colóquio foram: coexistências, anacronismos, coesão e ambiguidade; padrões, permanências e mudanças no discurso historiográfico; circulação e transferência, migrações e contaminações; instituições, fronteiras e marginalidade; intenções e interpretações, atribuições e legitimações; estratégias de subversão e assimilação; tradições populares na história da arte; modelos, cópias e ressignificações; arquivos e inventários, esquecimento e memória e imagem e materialidade na história da arte. Cada um deles procurou apontar questões específicas envolvidas com o tema da tradição e contradição, e de sua ambiguidade, na produção artística e, principalmente, na escrita da história da arte.

O XXXI Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte foi realizado no Auditório do Instituto de Artes da Unicamp e contou com comunicações apresentadas exclusivamente por membros do Comitê e por conferências ministradas por convidados da comissão organizadora do evento. Buscava-se, com isso, conforme decisão tomada em Assembleia do CBHA, maior espaço para troca e discussão verticalizada das pesquisas desenvolvidas pelos membros do Comitê, bem como para ampla divulgação de suas investigações em contato com a comunidade de docentes, discentes e pesquisadores. Ressalte-se, porém, que pesquisadores não-membros do CBHA puderam expor os resultados de suas pesquisas por meio de pôsteres, os quais foram discutidos em horário reservado para este fim na programação.

Todos os trabalhos apresentados (comunicações e pôsteres) passaram pelo crivo do Comitê Científico, eleito em Assembleia e composto pelas professoras Ana Gonçalves Magalhães (MAC/USP), Maraliz Christo (UFJ), Mônica Zielinsky (UFRGS) e Vera Beatriz Siqueira (UERJ), sob a coordenação de Ana Maria Tavares Cavalcanti (vice-presidente do CBHA). O Comitê Científico também auxiliou a organização do evento na sugestão dos nomes dos convidados. A estas colegas, expressamos nossos mais sinceros agradecimentos.

A apresentação dos trabalhos se deu sob a forma de conferências (de abertura e de encerramento), 11 mesas redondas temáticas, que contaram cada qual com a presença de um moderador e de 3 ou 4 comunicadores, e painéis/pôsteres, respeitando-se sempre o tema estruturante do colóquio. Por decisão da Diretoria do CBHA, os convidados internacionais foram pesquisadores e curadores atuantes na América Latina, com o intuito de estreitar relações com vizinhos que também lidam com o desafio das tradições e contradições (a partir de aportes coloniais e neocolonais) de suas produções artísticas e históricas, a saber: Alvaro Medina (Universidad Nacional, Bogotá), Laura Malosetti Costa (Instituto de Altos EstudiosSociales - Universidad Nacional de San Martín), Ariel  Jiménez (Curador de arte moderna e contemporânea da Coleção Patricia Phelps de Cisneros, Caracas) e Gerardo Mosquera (curador e crítico independente). Convidamos ainda, para integrar as duas sessões de conferências, os professores Luiz Marques (Unicamp) e Sônia Salzstein (USP), que contribuíram para compor um painel de pesquisadores da América Latina.

Contamos, neste colóquio, com a participação de 49 membros do CBHA, professores/pesquisadores de diferentes Instituições de Ensino Superior do país - UFRJ, UERJ, UFMG, USP, UFU, UFES, UFG, UFRGS, UFBA, UnB, Unicamp, entre outras -, alem dos já mencionados convidados. Selecionamos 20 pôsteres para serem apresentados e debatidos. Todos os trabalhos apresentados e enviados à organização do evento em tempo hábil foram incluídos nos Anais do XXXI Colóquio do CBHA, que certamente contribuirão para a divulgação das pesquisas em curso em diferentes regiões e instituições, aprofundando a reflexão teórica na historiografia da arte no Brasil.

Na organização do XXXI Colóquio do CBHA, estiveram envolvidas as seguintes instituições: o Comitê Brasileiro de História da Arte; o Instituto de Artes da Unicamp, a Escola de Belas Artes da UFRJ e o Instituto de Artes da UnB. Para a realização do evento foram obtidos apoios financeiros das seguintes agências de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ, o Fundo de Apoio à Pesquisa e Extensão da Unicamp (FAEPEX) e o Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Unicamp. A estas instituições e aos profissionais nelas atuantes, nossos agradecimentos. É preciso agradecer, também, ao comitê de organização, constituído pelos membros da Diretoria do CBHA e pelos pesquisadores e alunos dos programas de pós-graduação em Artes e em Artes Visuais da Unicamp, a saber: Paula Braga, Renata Cristina de Oliveira Maia Zago, Renata Gomes Cardoso e Vitor Hugo Gorino. E à equipe de organização e monitoria, composta por Octávio Fonseca e estudantes do curso de Artes Visuais da Unicamp, que foi de fundamental importância para o bom desenvolvimento das atividades durante o evento.
Por fim, gostaríamos de ressaltar a valiosa contribuição de duas pessoas para o sucesso do evento:

1. a atuação da professora Elisa de Souza Martinez, secretária do CBHA de outubro de 2010 a outubro de 2011, foi essencial para o estruturação do evento. Suas sugestões foram determinantes para a qualidade do encontro. Sem ela, que se desligou da diretoria do CBHA para realizar pós-doutoramento, o contato com os convidados estrangeiros não teria se dado de forma tão harmoniosa e eficaz.
2. a generosidade do artista Tuneu (Antonio Carlos Rodrigues), professor do Instituto de Artes da UNICAMP, que nos cedeu os direitos ao uso de imagens de suas obras para compor a identidade visual do evento, além das gravuras, em tiragem especial, que foram ofertadas aos membros do CBHA participantes do colóquio.