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Num
período eivado de incertezas, em que até mesmo as pequenas alegrias
cotidianas parecem ter dado lugar aos presságios menos alentadores para
o futuro da humanidade, os encontros e as trocas entre
pesquisadoras(os) nos incentivam a continuar trabalhando, ainda que
nuvens ameaçadoras pairem sobre nossas cabeças inquietas. , É
fato inconteste que fomos surpreendidas(os) por uma tempestade que não
dá sinais de cessar, e que enfrentamos desafios cotidianos que nos
obrigam a repensar objetivos, metas, práticas e linhas de atuação, sob
pena de perdermos o contato com a realidade avassaladora que coloca em
risco a nossa integridade física e mental, rouba nossos entes queridos,
subtrai nossos acervos artísticos e destrói nossas melhores
expectativas familiares e profissionais. A luta da civilização contra a
barbárie, comum durante as guerras, voltou a ser pauta obrigatória nas
áreas de artes e ciências humanas. , Diante destas circunstâncias, para o 41º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte,
que acontecerá de maneira remota (em função da pandemia de COVID19), a
temática escolhida pelos membros do CBHA - “Arte em tempos sombrios” -
mais do que sublinhar o desalento e a desesperança, comporta a noção de
resistência e convoca o conjunto dos nossos pensadores, que vivem e
trabalham nas mais diversas regiões do país, a continuar acreditando na
potência transformadora da arte e na busca de superação das
adversidades, que nunca nos foram estranhas. Este é o momento de
identificar problemas, diagnosticar causas, buscar soluções e apontar
saídas coletivas para os dilemas que nos afligem. , As
sessões aqui propostas abordam temáticas como as relações entre arte e
as formas de violência, manifestações artísticas como espaços de luta,
resistência e resiliência, imagens artísticas que atuam como
dispositivos de denúncia contra os autoritarismos e os preconceitos, e
os diferentes usos dos espaços de trabalho das(os) artistas como
estratégias de sobrevivência. Tais proposições abordam não apenas o
período em que vivemos e atuamos, mas permitem a reflexão, sob os
ângulos delimitados, a respeito de todos os períodos históricos em que
houve pandemias, catástrofes, censuras, desrespeito à liberdade de
expressão e de opinião, que geraram importantes mudanças no curso da
vida em sociedade e nas maneiras de pensar e produzir arte. , Comissão de Organização do 41. Colóquio do CBHA , Marco Antonio Pasqualini de Andrade (UFU/CBHA) (presidente) , Arthur Valle (UFRRJ/CBHA) , Marize Malta (UFRJ/CBHA) , Neiva Bohns (UFPel/CBHA) , Rogéria de Ipanema (UFRJ/CBHA) , Sandra Makowiecky (UDESC/CBHA)
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