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Ementa:
A questão metodológica e suas urdiduras abrem possibilidade(s) de se
conceber arte fora de hierarquias, problemática que se impõe frente à
dimensão do pensamento decolonial (Quijano; Mignolo). São procedimentos
de investigação que possibilitam, como resgate epistêmico, realocar
visualidades resultantes das rupturas com antigos cânones, ampliar e
ressignificar o reconhecimento no campo social e artístico. Propõe-se,
assim, a revisão de imperativos histórico-sociais que tornaram
apropriações e incorporações possíveis ou reprimidas, exaltando-as ou
relegando-as a categorias estanques, subalternas, periféricas. Através
de estudos de caso e ampliação conceitual, podemos melhor compreender e
enfrentar as margens e limites de uma produção simbólica engendrada na
derivação e desvio de cânones. Tais proposições ganham novos sentidos,
no Brasil, quando os estudos culturais, as extensões do pensamento
decolonial, anticolonial (Bispo) e pós-coloniais (Mbembe) e os
processos de descolonização, se debruçam sobre as práticas artísticas
visuais com emergentes razões políticas, estilísticas, formais e
sociais, desafiando a História da arte à luz de outras bordas e tramas
da produção simbólica que resistem e animam o sistema artístico
nacional. Esta sessão temática abre-se à reflexão e à construção
teórico-metodológica sob o escopo da recepção, da afirmação, da
permanência ou transitividade dos campos artísticos
moderno/pós-moderno, ideologicamente em disputa. A sessão também propõe
a construção e, ou, revisão de enredos para as escritas da história da
arte e da crítica da obra visual, dos estudos da imagem, das
visualidades e dos objetos de diferentes temporalidades, espaços e
representações artístico-culturais. As chaves de alinhamento para as
proposições são: . • Tempos tramados – passado/presente, rupturas, crises, descolonizações, transcendência; • Tramas simbólicas – ritos, simbolização, imaginários, imaginárias; • Arte-captura – ocupações, apropriações, desvios, abismos da linguagem; • Reflexão/inflexão – tessituras críticas, desejo, catarse, contemplação; • Regimes da historiografia da arte – outras narrativas e cartografias das fontes; • Tempo-exibição - desmontagens e alternativas curatoriais. ..
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