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Ementa:
A história da arte do século XX teceu diversos nós em torno de
variações do conceito de objeto. Artistas e críticos das mais variadas
extrações – do Surrealismo ao Minimalismo, passando pelo Neoconcretismo
e pela Arte Povera – se valeram de diferentes formulações do conceito
para questionar meios convencionais, amparar teleologias vanguardistas,
polemizar contra hierarquias críticas, poetizar o cotidiano ou
insurgir-se contra o primado da mercadoria. Entre o campo de
possibilidades aberto pelo readymade, retomado pelo mote da antiarte, e
a chamada desmaterialização da arte, o objeto pontuou tramas históricas
através das quais é possível pensar e repensar o sentido da modernidade
artística e as implicações de sua crise para o campo da arte
contemporânea. Além disso, o objeto foi também o pivô de diversas
aproximações conceituais que reorganizaram metodologicamente grande
parte da historiografia da arte – vide os conceitos oriundos da
psicanálise, como objeto a e objeto parcial. É evidente que, a despeito
das promessas mais radicais feitas em seu nome, o objeto jamais logrou
superar por completo as categorias de pintura e escultura, mas o fato é
que estas categorias foram frequentemente repensadas ou reorganizadas
em função destes embates. Com estas ponderações em mente, alinhadas ao
eixo Narrativas do presente colóquio, convidamos à submissão de
propostas que enfoquem, entre outros, tópicos como: . • A ascendência da categoria objeto em meio às vanguardas históricas; • O objeto como limiar crítico entre obra de arte e mercadoria; • Tensões e convergências entre pintura e escultura, por um lado, e o objeto, por outro; • Teorias e conceitos do objeto em clave comparativa; • Arte contemporânea e a crise da própria noção de objeto; • Instalação, ambiente, happening e performance: o objeto em escala ampliada; • Ontologias do objeto e suas implicações estéticas; • A
vontade de suprimir o objeto e seus limites: ambiguidade entre o desejo
da dissolução e a incapacidade de concretizar a perda. ..
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