CBHA
 
 
   
   
   
   
   
Anais do XXXIII Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte  

     
 
 
Apresentação
 
    O XXXIII Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte concluiu os três anos de atividades de nossa Diretoria. Após os Colóquios de 2011 e 2012 realizados em Campinas e Brasília, que abordaram as temáticas das “[Com/Con] tradições na História da Arte” e de suas “Direções e sentidos”, em 2013 o debate enfocou a “Arte e suas Instituições”, reunindo, entre 23 e 27 de setembro, pesquisadores e estudantes na Fundação Casa de Rui Barbosa no Rio de Janeiro, que alia destacado espaço de pesquisa e um museu casa, lugar em que a arte é lembrada na sua dimensão trivial e cotidiana.

A História da Arte não subsiste fora de suas instituições e, enquanto disciplina que dá a conhecer sobre a arte, é ela mesma uma instituição que pode ser questionada. A formação de coleções, as relações entre museus e seu público, a atuação da crítica de arte, as instituições de ensino artístico, a interação entre historiadores e mercado de arte foram objetos de estudo em evidência nas conferências, comunicações e pôsteres apresentados e debatidos por um público numeroso que, para nosso contentamento, contou com muitos estudantes de graduação em história da arte.

Estimulando reflexões sobre o sistema que envolve a arte e suscitando debates sobre o aparato simbólico-institucional destinado a construir sentidos sobre objetos, ações e processos artísticos, o Colóquio se organizou em mesas-redondas que apontaram questões específicas em torno dos seguintes eixos conceituais: (1) Formas de exibição: lugares e estratégias; (2) Imagens da arte e interpretações do passado; (3) Instituições, fronteiras e marginalidade; (4) Inventários, coleções e arquivos; (5) Crítica e curadoria: construções de sentido; (6) Narrativas e interpretações: inclusões e exclusões; (7) Mestres e artistas: práticas, formação e ensino. No total, as mesas-redondas reuniram membros do CBHA, professores e pesquisadores de diferentes Instituições de Ensino Superior do país - UFRJ, UERJ, UFF, UFMG, UFJF, USP, UNIFESP, Unicamp, FAAP, UFU, UFES, UFG, UFRGS, PUC/RS, UDESC, UFPel, UFBA, UnB, Unicamp, entre outras - assim como do IPHAN, da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do MAC/USP, cujas comunicações propiciaram debates enriquecedores.

Além das 48 comunicações dos membros do CBHA, 32 pôsteres de pesquisadores não-membros foram apresentados e debatidos no Museu Casa de Rui Barbosa durante o XXXIII Colóquio. A apresentação de pôsteres contou com a participação de docentes não membros do CBHA, bem como de alunos de diversos programas de pós-graduação de todo o país. Os resumos dos pôsteres serão publicados nos anais do evento.

Todos esses trabalhos, comunicações e pôsteres, passaram pelo crivo do Comitê Científico composto pelas professoras Dária Jaremtchuk (USP/CBHA), Nara Cristina Santos (UFSM/CBHA), Marília Andrés Ribeiro (UFMG/CBHA) e Sheila Cabo Geraldo (UERJ/CBHA), sob a coordenação de Ana Maria Tavares Cavalcanti (UFRJ/vice-presidente do CBHA). A estas colegas, expressamos nossos mais sinceros agradecimentos.

Mantendo a prática continuada dos Colóquios do CBHA, em 2013, a comissão organizadora convidou conferencistas externos ao Comitê para incrementar o debate entre os pesquisadores de diversas instituições e nacionalidades. De grande interesse foram as seis conferências dos pesquisadores convidados desse ano. Contamos com as apresentações de Ulrich Grossman, Diretor do Germanischen Nationalmuseums e Presidente do Comitê Internacional de História da Arte (CIHA), e de Peter Schneemann, professor na Universidade de Berna e secretário do CIHA. Suas conferências respectivas, Institutions for Art – Art for Institutions e Beholder and Public – Between Abstract Art Historical Reference and Target Group, iniciaram de forma estimulante o Colóquio. A arte latino-americana foi foco das duas conferências seguintes. A professora, curadora e crítica de arte Glória Ferreira (UFRJ) apresentou A querela da abstração e a formação dos museus de arte moderna no Brasil, anos 40; e a historiadora da arte argentina, Sylvia Dolinko (Conicet/UBA), nos falou sobre El Instituto Di Tella y su programa de modernización cultural y experimentación artística en Buenos Aires en los años sesenta. Devenir de un proyecto institucional y actualidad de un archivo. Por fim, as proveitosas conferências de dois estudiosos franceses, ambos ligados ao Institut national d’histoire de l’art, encerraram o Colóquio. Chantal Georgel apresentou Les rôles des collections privées dans l’histoire des instituitions muséales en France e Philippe Sénéchal, presidente do Comité français d’histoire de l’art, expôs suas reflexões sobre marchands e historiadores da arte em Publier ce que l’on vend: le marchand d’art ancien et son réseau scientifique.

Na organização do XXXIII Colóquio do CBHA, além da própria diretoria do Comitê Brasileiro de História da Arte, estiveram envolvidas as seguintes instituições às quais somos imensamente gratos: o Instituto de Artes da Unicamp, a Escola de Belas Artes da UFRJ, o Instituto de Artes da UnB e a Fundação Casa de Rui Barbosa. Para a realização do evento, recebemos o valioso apoio financeiro das agências de fomento, a saber: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ. Também apoiaram financeiramente o evento, a Escola de Belas Artes e o Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFRJ, que dividiu com o CBHA a realização do evento, além de poder contar com a participação dos seus alunos da graduação e da pós-graduação na comissão de apoio. Junto a eles, alunos do Ensino Médio do curso de Turismo do CEFET auxiliaram a trazer simpatia e entusiasmo da juventude ao encontro. A estas instituições e aos profissionais e estudantes nelas atuantes, nossos agradecimentos.

É preciso agradecer, também, ao Comitê de Organização local constituído pela professora Marize Malta (UFRJ/CBHA), tesoureira do CBHA, pelas professoras Denise Gonçalves (CBHA), Rosana de Freitas (UFRJ/CBHA) e Marcele Linhares (CEFET/doutoranda PPGAV-UFRJ), e pelo doutorando André Dorigo (PPGAV-UFRJ). Também devemos ressaltar a valiosa contribuição de Vitor Hugo Gorino e Octávio Fonseca, da Unicamp, que compuseram a Comissão de organização geral do Colóquio junto com os membros da Diretoria, além da incansável colaboração de Denilda Bortoletto e do paciente trabalho de design gráfico de Ivan Avelar.

À Fundação Casa de Rui Barbosa cabe ainda um agradecimento especial pois os espaços do auditório, do museu-casa e seu jardim, bem como seus funcionários, tornaram nosso encontro mais prazeroso e enriquecedor. Merece destaque o trabalho infatigável de Mara Sueli Ribeiro Lima, chefe da Divisão de Difusão Cultural, que orquestrou todas as ações necessárias para o ‘show’ acontecer e não haver falhas.

Não podemos esquecer de mencionar e agradecer a generosidade do artista Carlos Zílio que nos cedeu os direitos ao uso de imagem de sua obra Rubens on the beach II para compor a identidade visual do evento. Igualmente somos gratos a outro professor da Escola de Belas Artes da UFRJ, atuante no curso de Artes Cênicas - Indumentária, que criou e produziu echarpes com o mote do evento, oferecendo arte aplicada aos membros do CBHA e convidados, o professor Samuel Abrantes.
Enfim, todos os trabalhos apresentados e enviados à organização do evento em tempo hábil foram incluídos nos Anais do XXXIII Colóquio do CBHA, que certamente contribuirão para a divulgação das pesquisas em curso em diferentes regiões e instituições, aprofundando a reflexão teórica na historiografia da arte no Brasil. E não custa lembrar que falar e escrever sobre arte é tão importante quanto produzi-la. Graças a instituições e às pessoas que as constroem e sustentam, como o próprio CBHA, podemos continuar a difundir arte no Brasil e fora dele e, nesse sentido, compartilharmos das poéticas da liberdade, capazes de, como lembra André Malraux, tomar a arte como uma revolta contra o destino.
     
    Ana Maria Tavares Cavalcanti
Emerson Dionísio Gomes de Oliveira
Maria de Fátima Morethy Couto
Marize Malta
 

 

 
 
 
     
     
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