|
|
|
|
|
|
|
|
|
Sessão 3
- COLONIALISMOS E RESISTÊNCIAS Coordenação: Camila Carneiro Dazzi (CEFET-RJ/CBHA) e Tamara Quírico (UERJ/CBHA) |
|
|
. |
|
|
Ementa: O
colonialismo teve efeitos destrutivos ao longo da história – tanto no
passado como na atualidade – ao colocar em prática mecanismos de
opressão que se associam a ele: o racismo e o terror, o primeiro
utilizado para estabelecer a subumanidade do colonizado, e o segundo
para reprimir e submeter. Ao mesmo tempo, reações de populações
autóctones face aos processos de colonização trouxeram igualmente
resistência e adaptações. Produções visuais realizadas pelos
colonizadores sobre os territórios colonizados difundiram estereótipos
que definiram seus habitantes como “bárbaros”, “apáticos” e “sensuais”,
dentre outros, e contribuíram para justificar o colonialismo
“civilizador” das grandes potências europeias. É o que afirmam
estudiosos como Edward Saïd e Linda Nochlin, que em seus escritos
destacam a ligação entre poder e representação em cenários coloniais e
pós-coloniais. Para os autores a arte realizada em contextos coloniais,
embora tão agradável aos olhos, mascara relações colonizador-colonizado
balizadas na opressão e no racismo, e funcionou como parte de um
projeto político-cultural do colonialismo e do imperialismo,
contribuindo para a construção e perpetuação da polarização entre
dominadores e dominados. Devemos, por outro lado, como sugerem Fernando
Ortiz ou Ramón Gutiérrez, analisar igualmente as imagens produzidas
pelos colonizados que, se por um longo período foram consideradas
contaminadas pela produção local, e, portanto, inferiores aos cânones
europeus, atualmente devem ser estudadas a partir de um ponto de vista
que sopesa a autonomia dos povos autóctones, que buscavam resistir à
imposição de uma cultura que lhes era estranha, por meio do que
denominamos hibridização cultural. Não se trata somente de
miscigenação, mas de resistência consciente – que por vezes se desdobra
ainda na contemporaneidade através, por exemplo, da derrubada de
monumentos que remetem ao colonialismo. A sessão temática parte da
compreensão de que a vasta e diversificada produção artística realizada
pelos dois atores do drama colonial, colonizadores e colonizados, deve
ser vista como reveladora das dinâmicas de poder e dos problemas
sociais e morais inerentes ao Imperialismo e ao colonialismo. São
bem-vindas, assim, propostas que tratem de temas relacionados de forma
ampla às questões coloniais e decoloniais, em quaisquer contextos
espaço-temporais. |
| | . |
|