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Sessão 7
- TRÂNSITOS, DESLOCAMENTOS, CONTEXTOS: ESTRUTURAS, TENSÕES E NARRATIVAS ENTRE O LOCAL E O GLOBAL Coordenação: Almerinda da Silva Lopes (UFES/CBHA), Bianca Knaak (UFRGS/CBHA) e Marco Antonio Pasqualini de Andrade (UFU/CBHA) |
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Ementa: A
História da Arte surgiu das narrativas sobre artistas notáveis que se
destacaram em suas épocas e circunstâncias, sempre atreladas a juízos
de valor que tanto sobrevalorizavam alguns, tratados como “mestres” e
“gênios”, como estigmatizavam ou ridicularizavam outros, considerados
“sem talento”, “imitadores” ou “medíocres”. As disputas entre Zêuxis e
Apeles expandiram-se para os territórios e cidades, privilegiando
centros como Atenas, Florença, Roma, Paris, Nova Iorque ou Rio de
Janeiro. Mecas artísticas tanto atraíram os que buscavam integrar-se
aos circuitos consagrados, quanto geraram menosprezo em relação aos que
escolheram permanecer produzindo em seu local de origem, como se o
simples fato da localização geográfica do artista pré-julgasse uma
condição subalterna ou preconizasse ser sua respectiva produção
destituída de valor. Desmontando ou problematizando esse sistema,
teóricos e historiadores contemporâneos como Hans Belting, Nestor
Canclini, Moacir dos Anjos, Walter Mignolo e Terry Smith buscam
reexaminar as condições territoriais e as relações de poder instituídas
pelos códigos e sistemas artísticos estabelecidos, invertendo ou
subvertendo mapas como fizeram, por exemplo, o uruguaio Torres-Garcia e
o brasileiro Cildo Meireles, e deslocando as fontes e fluxos da
produção para a África, a Oceania, a América Latina, as periferias e
guetos, áreas rurais, tribos e povos originários que permanecessem
ainda quase inacessíveis. A construção ou reconstrução de histórias da
arte que levem em conta as complexas tessituras e tensões entre os
contextos locais singulares e as hegemonias centralizadoras
convencionadas pela arte é o tema dessa sessão, e para isso convidamos
pesquisadores que proponham novas possibilidades de visão, documentação
e valorização de produções e produtores deslocados, em trânsito ou
enraizados em qualquer terreno fértil ou infértil, a apresentar
trabalhos em diversos estágios de processo e divulgar seus resultados,
suas dúvidas, de modo a criar um diálogo construtivo sobre as várias
bordas da arte, suas narrativas e transbordamentos. |
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