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Muitos dos
artefatos que são entendidos atualmente como obras de arte foram
produzidos, em diferentes contextos de tempo e espaço, para participar
de ações religiosas, políticas e civis. Também são numerosos os
artefatos gerados ritualmente, sobretudo em liturgias de cunho
mágico-religioso, que depois foram considerados obras de arte.
Mas a arte não foi feita exclusivamente para ou em sistemas a ela
externos, como a religião e a política. Pois ela é processual,
ritualizada, desde o âmbito mais ou menos individual e solitário da
criação até a recepção pública. Nesse sentido, é preciso ressaltar
como, há algum tempo, a performance vem se constituindo como categoria
artística na qual a ritualística é uma questão chave. Por outro lado,
deve-se chamar atenção para os ritos que as obras de arte – antigas e
contemporâneas – propõem, demandam ou exigem, com suas particulares
condições objetais. Assim como os rituais próprios às instituições
artísticas. E os processos de apropriação pelo público.
Como estes diferentes modos de ritualização constituem e afetam a arte?
Como as dimensões artísticas interferem nos rituais? Toda agência
artística é ritualística? Como uma obra de arte se torna pública? Como
as apropriações confirmam ou subvertem os modos de celebração? Há arte
sem rito? Arte só ritual? Questões como estas mobilizam a sessão
temática proposta para abarcar comunicações que explorem as múltiplas
conexões entre arte e ritualismo.
Assim, são possíveis os seguintes eixos de reflexão, entre outros:
Arte em rituais – religião, política, civismo;
O fazer artístico como ritual;
Performance – corpos, ritos e desdobramentos;
A performatividade dos objetos artísticos;
O ritualismo próprio a escrita, curadoria, ensino e fruição da arte.
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