CBHA
 
 
   
   
   
   
 
Inicial
EDITAL
Sessões Temáticas
PROGRAMAÇÃO
Inscrições
MAPA UNICAMP
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
XXXVI Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte
     
    Sessão Temática 4
     
    A obra de arte como escrita da história: entre memória, corpo e violência
Coordenadores:
Alexandre Santos (UFRGS)
Neiva Maria Fonseca Bohns (UFPEL)
Sheila Cabo Geraldo (UERJ)
     
     
   

O simpósio propõe o debate de leituras históricas e críticas de obras de arte contemporâneas relacionadas a políticas da memória como elemento que propicia a escrita da história mais ampla, assim como da própria história da arte. O foco principal pretendido se concentra em produções artísticas relacionadas às questões da violência e do corpo, sobretudo no Brasil, que vivenciou um longo período de escravidão e, tal como outros países da América Latina, sofreu a violência e o terror das ditaduras civis e militares.
Qual história da arte seria necessária para dar conta da memória que a violência escravista e política deixa e como os artistas contemporâneos articulam simbolicamente essas marcas, presentes no corpo subjetivo e também no corpo social? O que se propõe é  a configuração de debates que pensem a relação entre o corpo submetido à violência, a produção de arte e os registros de memória, questões que implicam, como escreveram Stuart Hall e Andreas Huyssen, reflexões sobre as marcas do terror colonialista e a sua permanência no mundo  sob a perspectiva do debate pós-colonialista.
Tratando dos movimentos transnacionais nos discursos de memória e violência, Huyssen identifica uma relação muito íntima entre os grandes traumas da história ocidental, como o Holocausto dos judeus e a violência colonialista. As marcas nos corpos e mentes da violência colonial estão exemplarmente simbolizadas nos trabalhos do artista sul-africano Willian Kentridge ao tratar da dominação colonial dos brancos, da violência racista e do exílio judaico, mas também nas proposições de Doris Salcedo, ao enfrentar a violência cotidiana da Colômbia. Diretamente relacionadas ao corpo violentado da mulher indígena guatemalteca, vítima do terror colonial, se situam as performances da artista Regina José Galindo, do mesmo modo como são violentados os corpos das mulheres negras escravizadas, reativados e denunciados no trabalho da brasileira Rosana Paulino.

Entretanto, para refletir sobre a produção de objetos artísticos nesta ordem, irremediavelmente permeados pela cultura da memória e da violência colonial e pós-colonial, é importante atentar para um possível bloqueio da imaginação, que impeça o vislumbramento de futuros alternativos. É para superar essa paralisia que Walter Mignolo aponta para os conceitos de (des)colonização, pensamento fronteiriço e desobediência epistemológica, assim como os teóricos queer vislumbram a necessidade de gerar contradiscursos sobre  o real, e sobretudo a respeito do corpo, como estratégia para desestabilizar a crença nos discursos oficiais.

Os critérios de seleção para este simpósio são: pertinência do trabalho em relação ao tema proposto, relevância das obras e/ou dos artistas escolhidos no que concerne ao desenvolvimento da área de história da arte, qualidade do texto, respeito às normas técnicas estabelecidas e aos prazos determinados.

Eixos temáticos relacionados ao tema:

1- Arte, memória e violência colonial.
2- Memória, terror e pós-colonialismo.  
3- Violência, colonialismo e pós-colonialismo na América Latina. 
4- Descolonização e desobediência epistemológica.
5- O corpo submetido à violência, a produção de arte e os registros da memória. 
6- A teoria queer e os contradiscursos a respeito do corpo.

     
     
    [sessão 1][sessão 2][sessão 3][sessão 4]
     
     
   
  Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP   Instituto de Artes Unicamp   Universidade Estadual do Rio de Janeiro                  
     
   
  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior   Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico   Fundação de Amparo e à Pesquisa do Estado de São Paulo